Mulher salva cachorra e morre na linha do trem

A podóloga da rua Cuiabá, na Agapeama, em Jundiaí, Neuza Aparecida Zago, de 47 anos, morreu atropelada por um trem na manhã de ontem, quando tentou salvar a sua cachorra “Mel” de ser atingida pela composição que vinha no sentido de São Paulo para Jundiaí.De acordo com familiares, Neuza deixou sua casa bem cedo, onde morava com a filha de 15 anos. Ela foi passear com um, de vários cachorros que cuidava. Neuza gostava tanto de animais, que tinha também alguns gatos em sua residência.A podóloga era separada, mas muito dedicada à sua profissão, sendo bastante conhecida no bairro da Agapeama. O amigo Gilson Alves Santiago conta que os dois, quando eram crianças, inauguraram a Escola Estadual Bertola Facca. “Fomos os primeiros a entrar na escola”, lembra. Segundo Gilson, “ela era bacana, alegre e muitos amigos”.Como foi o acidente Neuza caminhava até a Vila Arens pela Avenida União dos Ferroviários, quando chegou ao Km 58 da linha férrea com a cachorra “Mel”. Nesse momento se aproximou o trem que tinha o maquinista Rodrigo Del Grosso, de Francisco Morato, como responsável. “Mel” escapou das mãos de Neuza, que correu atrás para salvá-la. Porém, a cachorra foi salva e a podóloga acabou atingida na cabeça pelo trem e morreu na hora.Amiga fica chocadaA investigadora Olívia, do do 4º Distrito Policial, foi designada pelo delegado Wilson Roberto Ordones para verificar o atropelamento na linha do trem. Até então a vítima do atropelamento era desconhecida.Quando Olívia chegou ao local para fazer levantamentos, reconheceu na hora a amiga Neuza. A policial, que tem experiência na verificação de mortos ficou chocada e emocionada. Ela teve de dar a notícia triste para os familiares.A escrivã Ana Lúcia, do 4º Distrito, disse que Neuza era uma pessoa boa. “Na semana passada eu levei o meu filho para ela cuidar”, comentou, bastante triste com o que ocorreu.O sepultamento de Neuza ocorreu hoje, às 10 horas da manhã, no Cemitério do Montenegro.“Mel” ficou ao lado da donaSegundo os policiais que atenderam a ocorrência da morte da podóloga Neuza, na manhã de ontem(13/11), na linha férrea, um fato curioso marcou a ocorrência. Depois do atropelamento, a cachorra “Mel” permaneceu ao lado do corpo de sua dona. Ela não saiu em nenhum momento.A investigadora Olívia se impressionou com a cena. A cachorra só saiu do lado de Neuza quando chegaram os homens do carro de cadáver do Serviço Funerário, para recolher o corpo da podóloga.Neuza foi levada para o Instituto Médico Legal (IML). A pedido dos familiares, o tanatopraxista Gilson realizou a reconstituição facial, para que o caixão pudesse ficar aberto para o velório. “Eu vou deixá-la bonita”, comentou o amigo Gilson Santiago, que ficou emocionado. “Foi uma morte trágica”, comentou.
Ivan Marcos Machado