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quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Homenagem aos cinco médicos que morreram tentando salvar vidas

No dia 11/11/07 no Jornal Teledomingo foi exibida uma reportagem homenageando os jovens médicos que perderam há vida em busca de novos órgãos para salvarem outras vidas num trágico acidente.
10 anos se passaram e a busca de doares continua e mesmo quando existem pessoas dispostas a doarem os órgãos de seus parentes, a burocracia acaba atrapalhando e até impedindo a chegada dos órgãos para os pacientes que necessitam do transplante para continuarem vivendo.
Em 1º de outubro de 1997, um acidente aéreo em Chapecó (SC) encerrou de forma dramática a carreira de cinco jovens médicos e dois pilotos, servidores do Governo gaúcho. A equipe cumpria mais uma missão na busca de órgãos para transplante. O objetivo da viagem, no avião Xingu 121- prefixo PP-EHJ, de propriedade do Estado, era retirar órgãos de um paciente internado com morte cerebral no Hospital Regional de Chapecó. Os cirurgiões pretendiam trazer para Porto Alegre pulmões, fígado, rins e coração para pacientes que necessitavam de transplantes e que já estavam designados para receber os órgãos. Naquela época, a lista de espera contava com mais de mil pessoas.

Morreram no acidente os médicos Marcos Stédile, 28 anos, solteiro, especialista em transplantes hepáticos, da Santa Casa; André Barrionuevo, 28 anos, solteiro, especialista em transplantes do coração; Jean Kolmann, 31 anos, casado, especialista em transplante de pulmão, da Santa Casa; Jackson Ávila, 27 anos, casado, um filho, especialista em transplante de pulmão, da Santa Casa; e Cláudio Lança, 29 anos, solteiro, especialista em transplantes hepáticos, da Santa Casa. Foram vítimas também o comandante José Eduardo Dutra Reis, de 43 anos, e o co-piloto Paulo César Reimbrecht, de 40 anos.

DEPOIMENTO - Nove anos depois da tragédia, o médico José Camargo, diretor Médico do Hospital Dom Vicente Scherer - Unidade de Transplantes do Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre, prestou este depoimento: "Da tragédia de Chapecó nunca nos recuperaremos porque aqueles que se foram fazem parte da nossa história e ajudaram, com energia e coragem, a desbravar os primeiros tempos da luta incessante que as equipes de transplante travam diariamente contra o desespero dos que têm suas vidas ameaçadas pelo tempo implacável e clamam pela generosidade da doação de órgãos. O desejo de lutar sempre e mesmo nas condições mais adversas tinha por única compensação o abraço agradecido dos que, pelo transplante, haviam recuperado a vida e a dignidade de vivê-la. Por isso, a morte deles sempre soou como uma injusta ironia do destino. Nós, os remanescentes, ficamos irreparavelmente mutilados na dor de perdê-los. Permanentemente temos a dor reativada pelo encontro da letra deles nos prontuários, pela indelével lembrança das muitas coisas que fizemos juntos, dos sonhos que compartilhamos e que o destino arbitrariamente interrompeu. Solidarizamo-nos com as famílias que, dilaceradas pela dor da perda mais injusta, tiveram que encontrar forças para tocar a vida adiante e, inclusive, criar o filho de quem a tragédia roubou um pai cheio de planos e sonhos, nos verdes anos da juventude mais promissora. Que Deus conserve as forças espirituais que os mantêm vivos e nos permita copiar o exemplo da dignidade que essas famílias deram ao Rio Grande do Sul".

2 comentários:

Anônimo disse...

Nao tenho nenhum orgulho disso, mas assisti a queda do avião, fiz mais de 50 fotos da tragedia, publiquei no Jornal Dinamico de Abelardo Luz(SC), fui primeiro a chegar na aeronave,ainda quase escuro olocal, porque passavamos na rodovia S.Bertaso de acesso ao aeroporto pra viajarmos ao Rio na Visita do papa naqueles dias. Minha colega fotografa Rosana Souza e eu, entramos nos destroços e enquanto nao chegava a polia e bombeiros fizemos muitas fotos, de seres HEROIS e dignos em busca de salvar vidas, entregaram as suas. Tenho traumas até hj deste fato. Minhas homenagens a todos aqueles Mestres medicos e seus familiares. Eugenio Ribeiro

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.