Enredo sobre império português abre espaço para investir em grandiosidade.
Escola divide seu desfile entre o barroco europeu e cenários brasileiros.
A Mocidade Independente de Padre Miguel apresentou no desfile que abriu a segunda noite do carnaval carioca um equilíbrio entre luxo e cores tropicais. Com o enredo sobre a história do império português a participação da agremiação se dividiu entre o barroco europeu e representações do cenário brasileiro.
A escola apostou no prateado em sua ala das baianas e em muito dourado para representar os impérios que os portugueses almejaram igualar: Pérsia, Babilônia, Grécia e Roma. O personagem principal do desfile foi Dom Sebastião, monarca português do século 12 que sonhou em transformar sua nação no quinto império universal. Um carro usou 1.500 litros de água e conchas de verdade para mostrar uma das lendas sebastianistas, a de que seu reino resurgiu nos Lençóis Maranheses após o rei desaparecer nas areias africanas.
Uma outra atração foi a rainha de bateria Thatiana Pagung, que também é presidente da escola mirim Estrelinha da Mocidade. Além de chamar a atenção pela beleza, Pagung é pesquisadora do carnaval, e foi muito assediada pela imprensa antes de iniciar a sua participaçãoApesar de o símbolo da escola ser a estrela, neste ano as coroas marcaram o desfile da escola. Dos mais diferentes tamanhos e cores, elas ajudaram o carnavalesco Cid Carvalho a dar a pompa e a circunstância necessárias ao enredo “O Quinto Império: de Portugal a Brasil, uma utopia na história”.
Dom Sebastião surgiu no enredo a partir do segundo setor do desfile. A alegoria em questão retrata os festejos para o nascimento do escolhido para levar adiante a utopia de Portugal.
Mal nasceu e Dom Sebastião já desaparece no terceiro setor da escola, que retrata a batalha de Alcácer-Quibir, no Marrocos. O rei teria perdido a guerra entre mouros e cristãos.
A chegada de Dom João VI e família ao Brasil aconteceu mais adiante. A sexta alegoria reproduz o Paço Imperial, localizado no Centro do Rio de Janeiro, com uma réplica do Chafariz de Mestre Valentim.
Os adereços de flores coloridas servem para lembrar a festa com que a corte portuguesa foi recebida pela cidade.
O sonho do Quinto Império, no desfile da Mocidade, não ficou só no Rio de Janeiro. No sertão nordestino, Antônio Conselheiro também pregava a volta de Dom Sebastião em Canudos. Na Sapucaí, ele desceu de uma escadaria, construída no oitavo carro da escola, para anunciar o legado do Rei Desejado. Ao lado, mais oito coroas representam as manifestações culturais brasileiras que ainda evocam Dom Sebastião, como o tambor de Minas e a pajelança cabocla.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Mocidade equilibra luxo e cores tropicais em seu desfile
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